Adquirir um carro novo exige um bom planejamento, para que o sonho de consumo não acabe virando um pesadelo
Os preços dos carros novos e usados subiram muito nos últimos anos, não apenas devido às novas exigências de itens de segurança, como airbags, freios ABS e controles eletrônicos de estabilidade, mas também à valorização do dólar e às profundas transformações do setor.
Em razão disso, comprar um carro “zero” ou seminovo à vista se tornou uma realidade distante para muitos consumidores, que precisam recorrer ao bom e velho financiamento de veículo para não deixar de aproveitar o conforto e a conveniência de ter um automóvel próprio.
Mas é preciso ter bastante atenção na hora de se comprometer com uma dívida de médio prazo, já que ter um carro na garagem envolve custos, que podem acabar surpreendendo muitas pessoas desprevenidas.
Neste artigo, vamos explicar melhor o que você precisa levar em conta ao fechar a aquisição de um automóvel novo e como se planejar para a conquista desse bem tão valioso e muitas vezes indispensável em regiões onde a oferta de transporte público não é adequada.
Ficou mais difícil adquirir um carro novo
Quem acompanha mais de perto os preços dos carros “zero km” e seminovos no país provavelmente se surpreendeu com a forte alta dos modelos nos últimos anos, o que tem dificultadol colocar um automóvel novo na garagem.
De acordo com dados da indústria, no ano passado, o preço médio do carro novo superou a casa dos R$ 120.000, diante do aumento de quase 30% em relação aos valores praticados no ano anterior, o que reduziu a demanda por veículos novos e acabou impulsionado a procura por carros usados e seminovos no mercado.
E os grandes “vilões” dessa história não são apenas a inflação, que disparou em todo o mundo, e os transtornos nas cadeias de suprimentos provados pela pandemia, mas também uma mudança de estratégia das montadoras, que passaram a priorizar as margens de lucro e retirar do mercado os famosos “carros populares”, isto é, modelos compactos e menos equipados.
Mudança de estratégia das montadoras
Especialistas afirmam que as fabricantes automotivas não estão mais interessadas em ganho de mercado a qualquer custo e estão sofrendo pressão dos acionistas e controladores para que aumentem suas margens de lucro e retornem mais capital aos investidores.
Isso faz com que elas enxuguem mais o portfólio de ofertas e priorizem os carros com maior procura e maior potencial de retorno financeiro, como SUVs e picapes de médio e grande porte.
Pelo lado do consumidor, além do aumento do preço médio dos carros novos e seminovos, o que acabou atrapalhando os planos de trocar de veículo foi o aumento dos juros, que fizeram o financiamento ficar ainda mais caro.
Atenção com os custos além do financiamento
O grande problema, quando o assunto é carro novo, é que muitos consumidores acabam olhando apenas o preço da parcela mensal do financiamento, e se esquecem de custos importantes, como:
● impostos (IPVA e licenciamento);
● manutenção preventiva;
● seguro automotivo;
● preço dos combustíveis.
Ao colocar esses fatores no papel, é possível perceber que a aquisição de um carro novo exige um rígido planejamento financeiro, para que o sonho de consumo não acabe se tornando um verdadeiro pesadelo e prejudique inclusive o orçamento familiar.
Por isso, na hora de fechar a aquisição de um automóvel, é muito importante verificar quanto da renda familiar será comprometida pelo novo bem. A recomendação é que, durante a fase de financiamento, os custos totais do carro, incluindo combustível, seguro e manutenção, não ultrapassem 20% do orçamento doméstico.
Além disso, fique muito atento às taxas cobradas pela instituição financeira para parcelar a compra do veículo, já que elas podem variar enormemente de um banco para o outro. As montadoras normalmente têm suas próprias soluções de financiamento, mas é bom ficar de olho também nas opções de crédito oferecidas para empréstimos com garantia e leasing.