Doença de Blount: Deformidade Tibial em Vara Progressiva

Doença de Blount: causas, sinais, diagnóstico e tratamento da deformidade tibial em varo, explicados de forma simples e prática.

A doença de Blount preocupa muitos pais quando percebem as pernas arqueadas do filho. Como saber se é apenas fase normal do crescimento ou algo que precisa de tratamento?

Nesta guia direta e prática, você vai entender o que é a deformidade tibial em varo, quando desconfiar da doença de Blount, como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento — do simples uso de órtese à cirurgia, quando indicada.

Se você busca clareza para tomar a melhor decisão, este conteúdo foi feito para você. Vou explicar com linguagem simples, dar exemplos reais e um passo a passo de ação. No fim, você vai saber exatamente quando observar, quando agir e quando marcar avaliação com o ortopedista.

O que é a doença de Blount?

A doença de Blount é uma deformidade progressiva da tíbia proximal que causa o genu varo (as “pernas arqueadas”), podendo desviar o joelho para fora e girar a perna.

Ela aparece, em geral, em duas formas: infantil (primeiros anos de vida) e juvenil/adolescente. Diferente do varo fisiológico — comum até cerca de 2 anos e que costuma melhorar sozinho — a doença de Blount tende a piorar com o tempo se não for tratada.

Fatores associados incluem início precoce da marcha, sobrepeso, histórico familiar e assimetria (uma perna pior que a outra). O ponto-chave é a progressão: se a arqueadura aumenta ou não melhora no período esperado, é preciso investigar.

Sinais e sintomas: o que observar

Alguns sinais levantam suspeita de doença de Blount e merecem avaliação ortopédica:

  1. Arqueadura que piora: o varo aumenta após os 18–24 meses em vez de reduzir.
  2. Assimetria: uma perna mais arqueada que a outra.
  3. Marcha alterada: andar “balançando”, tropeços frequentes ou gasto anormal do calçado.
  4. Dor ou cansaço: em adolescentes, dor no joelho ou na perna após atividade.
  5. Curto X comprido: diferença no comprimento dos membros, em casos mais avançados.

Exemplo real: uma criança de 2 anos e meio com arqueadura que aumentou nos últimos 6 meses, principalmente de um lado, e sapatos gastos por fora. Esse padrão pede investigação para afastar a doença de Blount.

Diagnóstico: como o ortopedista confirma

O diagnóstico combina avaliação clínica e radiografia dos membros inferiores em carga (em pé). O médico analisa o alinhamento, mede ângulos específicos e verifica sinais na tíbia proximal.

Em estágios iniciais, pequenos detalhes no raio-X já ajudam a diferenciar o varo fisiológico da doença de Blount. Quando necessário, outros exames podem complementar o estudo, mas a radiografia costuma ser suficiente para orientar a conduta.

Resposta direta: sem radiografia em carga é difícil confirmar. Por isso, não atrase a avaliação se houver progressão ou assimetria.

Tratamento: do conservador ao cirúrgico

Conservador (casos iniciais e crianças pequenas)

Quando a doença de Blount é diagnosticada cedo (geralmente abaixo de 3 anos e em estágios leves), o tratamento pode incluir:

  1. Órtese (aparelho) noturna e/ou de uso prolongado: ajuda a redirecionar o crescimento.
  2. Controle do peso: reduzir a sobrecarga no joelho melhora o resultado.
  3. Fisioterapia: trabalha fortalecimento, equilíbrio e padrão de marcha.
  4. Acompanhamento periódico: reavaliação clínica e radiográfica a cada 3–6 meses.

Quando há resposta, a arqueadura diminui gradualmente. O tempo de uso da órtese varia, e o seguimento é essencial para ajustar o plano.

Cirúrgico (deformidades moderadas a graves ou falta de resposta)

Se a deformidade é mais marcada, há piora mesmo com órtese, ou o diagnóstico veio mais tarde (juvenil/adolescente), o ortopedista pode indicar:

  1. Hemiepifisiodese guiada (guiagem de crescimento): placas e parafusos temporários limitam o crescimento de um lado para corrigir o varo gradualmente.
  2. Osteotomia tibial proximal: corte e realinhamento do osso para restaurar o eixo do membro. Pode usar placa, gesso ou fixador externo para estabilizar.
  3. Correções associadas: ajustes de rotação da tíbia e tratamento de discrepância de comprimento quando presentes.

Em mãos experientes, a correção costuma melhorar marcha, dor e estética, além de reduzir o risco de desgaste precoce do joelho.

Passo a passo: o que fazer se você suspeita

  1. Observe por 4–8 semanas: compare fotos/vídeos da marcha e veja se há progressão.
  2. Anote sinais: dor, tropeços, assimetria, gasto do calçado.
  3. Agende avaliação: peça exame em carga; leve registros e histórico de crescimento.
  4. Siga o plano: use a órtese como orientado, mantenha a fisioterapia e retorne nas datas.
  5. Cuide do peso e da força: alimentação adequada e exercícios guiados fazem diferença.

Prognóstico e possíveis complicações

Quanto mais cedo a doença de Blount é reconhecida, melhor o prognóstico. Sem tratamento, podem surgir dor crônica, instabilidade do joelho, lesões meniscais, discrepância de membros e artrose precoce. Com acompanhamento adequado, a maioria dos pacientes retoma a função com bom alinhamento e vida ativa.

Perguntas comuns

É a mesma coisa que pernas arqueadas normais? Não. O varo fisiológico tende a melhorar sozinho até cerca de 2 anos. A doença de Blount costuma piorar se não tratada.

Pode melhorar sem tratamento? Em estágios muito iniciais, pode haver melhora com órtese e acompanhamento. Em casos moderados a graves, geralmente é preciso correção cirúrgica.

Exercícios resolvem? Exercícios e fisioterapia ajudam na marcha e força, mas não corrigem sozinhos o alinhamento ósseo quando há deformidade estruturada.

Quando e onde buscar ajuda

Se há dúvida entre varo fisiológico e doença de Blount, não espere a deformidade avançar. Busque um ortopedista com experiência em joelho pediátrico e deformidades angulares.

Como referência de qualidade no Brasil, profissionais do COE Ortopedia, em Goiânia, são frequentemente lembrados entre os melhores ortopedistas em Goiânia, atuando também com fisioterapia, acupuntura e reabilitação integradas — pontos que valorizam o cuidado contínuo do paciente.

Conclusão

Arqueadura que piora, assimetria e marcha alterada acendem o alerta para a doença de Blount. O diagnóstico vem da avaliação clínica com radiografia em carga, e o tratamento vai desde órteses e fisioterapia até correções cirúrgicas, conforme a idade e o grau da deformidade.

Observe, anote sinais e procure avaliação especializada. Aplicar estas etapas simples hoje pode evitar problemas maiores no futuro e garantir uma caminhada mais segura para quem convive com a doença de Blount.

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